sábado, 16 de abril de 2011

...falando por mim...


Quando eu quis que você se calasse, você continuou dizendo palavras e mais palavras e o som da sua voz me causava arrepios e fazia minha cabeça rodar.
Eu não conseguia fazer você entender que quando se trata de sentimentos algumas palavras são desnecessárias.
Quando eu queria que você falasse, por que precisava de um conselho seu ou pelo simples fato de querer ouvir sua voz. Você se calava.
Me fazia passar horas tentando imaginar o que se passava na sua cabeça e como eu poderia estar nela.
Eu tinha ciúme dos seus pensamentos e tinha medo por que na minha opinião, eu nunca estava neles.
Eu me perguntava até onde eu iria por você ou até onde você iria por mim. Mas nunca me fiz a pergunta que mais importava: Até onde iríamos por nós dois?
Você tinha sua vida e eu a minha, e deveria continuar assim, por que dois é um mais um.
Eu vivia tentando entender o que era certo e acabei não entendendo que não cabia a um julgar o que era certo e errado entre dois.
E eu errei por que eu nunca lhe pedi que se calasse, eu nunca pedi que falasse, eu nunca perguntei a você o que você pensava, eu nunca te perguntei até onde você iria por nós, eu nunca perguntei a você a sua opinião sobre certo e errado.
Por que? Eu errei porque eu queria agradá-lo, queria que vc pensasse que estava tudo sempre bem enquanto eu me rasgava por dentro. Não perguntava, não falava, não pedia. Sussurrava. Sons pálidos, cinzas, que passaram desapercebidos por você no alto do seu egoísmo. Afogados na idéia de que não falar era aceitar e equalizar as coisas a um nível equilibrado. Mas não era. Era esconder.
Então aconteceu. Eu comecei a ficar tão centrada em ser perfeita que comecei a tapar meus olhos para os seus erros, comecei a não enxergar e. principalmente, não sentir a dor que vc me causava.
Foi então que eu entendi que: Quanto mais tentamos ser perfeitos para alguém, menos reconhecimento e mais cobrança temos.

(Elane Campos -> http://nanecampos.blogspot.com/)

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